Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Doença de Kwashiorkor secundária a dieta vegana em lactente - relato de caso

Madalena, A.L.R.; Soares, V.C.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p126, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: Diante do crescente número de adeptos do estilo de vida contrário ao abuso contra animais, observa-se relativa popularização do vegetarianismo/veganismo, aumentando sua incidência no cotidiano de crianças e adolescentes.
OBJETIVO: Expor a ocorrência de carência nutricional do tipo Kwashiorkor, por dieta vegana em lactente.
MATERIAL E MÉTODO: Lactente, sexo feminino, 11 meses, residente em Ipanema,-RJ, atendida na emergência com queixa de febre há 5 dias, diarréia, vômitos, prostração. Os pais relatam, ainda, que notaram "inchaço". Atendida em outro hospital no dia anterior, recebeu hidratação venosa. No entanto, mantinha prostração e edema. Exame físico: Prostrada, irritada, hipocorada, edema periorbitário bilateral em face e membros. FAN sem sinais de irritação meníngea. Exames complementares: Hematócrito 25,8%, Hg 8,4 g/dL, 32.490 leucócitos (0/1/0/0/14/57/20/7) ; 533.000 plaquetas, PCR 6,6, Proteínas 5,5; albumina 2,2; colesterol normal. EAS: leucocitúria maciça, bacterioscopia com bacilos gram negativos, sem proteinúria. Ultrassonografia de Abdômen: mínima quantidade de líquido livre peri-hepático. Líquor normal. HPP: alergia ao leite de vaca, exclusão de proteína animal da dieta (SIC). H. Alimentar: Dieta vegana com fórmula à base de arroz, cereais e frutas. Não recebendo carne, peixe, frango, ovos ou leite e sem suplementação vitamínica ou de ferro. Impressão diagnóstica: Kwashiorkor com descompensação clínica pós-diarreica levando à edema por hipoproteinemia e Infecção do Trato Urinário (urinocultura com E.Coli multissensível >100.000 UFC). Indicada internação e iniciado ceftriaxone venoso. Foi realizada reintrodução gradual de proteína animal na dieta e iniciada suplementação vitamínica. Recebeu alta hospitalar após dez dias de internação, com melhora do quadro edemigênico e infeccioso, além de orientações de reeducação alimentar.
RESULTADOS: Diferente das descrições clássicas na literatura, a doença de Kwashiorkor não é mais encontrada apenas em condições de pobreza, mas também em núcleos familiares com nível sócio-econômico superior, por transtornos ou má orientação de hábitos alimentares.
CONCLUSÃO Com o aumento do vegetarianismo/veganismo na faixa etária pediátrica, é possível que casos semelhantes se tornem mais frequentes no cotidiano do pediatra.

 

Responsável
WALLACE SALES GASPAR


Palavras-chave:

Perda de marco de desenvolvimento como quadro inicial de histiocitose de células de Langerhans

Gaspar, W.S.; Soares, V.C.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p127, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: A perda de um marco de desenvolvimento é sempre fato preocupante. É imprescindível a investigação e, por vezes, necessária a ampliação dos diagnósticos diferenciais.
OBJETIVO: Expõe o caso de lactente com retrocesso no desenvolvimento da marcha, tendo como diagnóstico final Histiocitose de células de Langerhans (HCL).
MATERIAL E MÉTODO: Lactente , 1 ano, sexo feminino, encaminhada por neuropediatra para internação para investigação de perda de marco de desenvolvimento (marcha) associada à diminuição da frequência de diurese e evacuação. Ao exame clínico: Diminuição da força muscular em membros inferiores, sem outras alterações dignas de nota.. Exames complementares durante internação: LCR (3 células), proteínas (21), glicose (56), bacterioscopia e látex negativos, PCR para HSV1 e HSV2 negativos; Hematócrito (30,3%); Leucócitos (13140); Plaquetas (505.000); Radiografia do Crânio: imagem lítica em região parietal; Radiografia da Coluna vertebral: redução de altura do corpo vertebral de L3; Radiografia da Bacia: imagem lítica em ilíaco esquerdo; RNM neuroeixo: medula normal, mas alteração de sinal em vértebra L3 sugestiva de histiocitose. Foi realizada biópsia de lesão craniana, com diagnóstico de HCL. A paciente foi avaliada pela hematologia pediátrica, com indicação de início de tratamento quimioterápico. Atualmente encontra-se em excelente estado geral, em quimioterapia e com melhora dos sintomas de perda de força muscular e com marcha normal para idade.
RESULTADOS: A HCL possui manifestações clínicas variáveis, estando as manifestações esqueléticas presentes em 80% dos pacientes. É descrito na literatura o acometimento de coluna vertebral (que pode levar à compressão de medula espinal), de crânio (lesões únicas ou múltiplas) e de ossos chatos (lesões líticas sem sinais de neoformação óssea). O que foi descrito equivale ao quadro apresentado pela paciente em questão.
CONCLUSÃO Diante do exposto, faz-se necessário lembrar da HCL no diagnóstico diferencial em casos de perda de desenvolvimento da marcha e redução de força muscular. O diagnóstico preciso e precoce pode, além de evitar lesões permanentes, prevenir a reativação da doença.

 

Responsável
WALLACE SALES GASPAR


Palavras-chave: